outubro 15, 2008

Educação a distââââââância

No âmbito da Educação, entenda-se ensino/aprendizagem, o conceito generalizado é que esta não é concebível sem a presença dos indivíduos nela envolvidos, i.e., sem a presença dos protagonistas. O “normal” é o que se constata no ensino “convencional”, ou seja, existe a presença física de professores e alunos que partilham o mesmo espaço e tempo. No entanto, o desenfreado avanço das tecnologias de informação e comunicação, falo de informação e comunicação virtual, possibilita, também, à Educação grandes saltos evolutivos. Assim, tal como a comunicação, também, a Educação se desenvolve virtualmente! A Educação também o é à distância, logo, o teor do termo presencialidade adquire novos contornos passando alunos e professores a terem a possibilidade de, de forma síncrona ou assíncrona e estando fisicamente ausentes, estarem conectados pelas tecnologias. Esta forma de ensino/aprendizagem fomenta, ainda, a interacção entre vários outros intervenientes surgindo, assim, as comunidades virtuais/online de aprendizagem.

outubro 14, 2008

Processo de Implantação/Funcionamento da Comunidade Virtual (ver imagem ampliada)

Comunidade Virtual
Conjunto de indivíduos que interagem através de dispositivos informáticos em rede, por vezes através de um "moodle", com o seguinte objectivo: Educação/Formação/Aprendizagem. Uma vez partilhando objectivos comuns, também, partilham informações, deduções/conclusões, experiências, etc. tendo em vista o edificação conjunta do saber e do conhecimento.
A investigação sobre a criação e desenvolvimento da Comunidade (virtual) e/ou em aulas online, tendo em conta o equilíbrio do tamanho com a função, do foco com a diversidade e da estrutura com a criatividade (Riel, 1996), bem como ferramentas electrónicas que viabilizam estas comunidades de aprendizagem - percursos electrónicos, monitorização online, etc... - (Riel e Fulton, 2001), levantaram questões que se prendem com as diferenças (inevitáveis em aulas que beneficiam do que a rede disponibiliza) entre aulas na Internet (presenciais e online) e aulas sem acesso à Internet.
Assim, entre outras, algumas delas são:

  • Interacções entre professores multiplicam;
  • Professor passa a facilitador/mentor;
  • Acesso a recursos expande-se significativamente;
  • Aluno mais independentes;
  • Alunos participantes activos com discussões mais substanciais;
  • Acesso aos professores passa a ser directo e igualitário;
  • Educação centrada no aluno cuja aprendizagem é ao seu ritmo;
  • Ensino/aprendizagem são colaborativos;
  • Oportunidades iguais e interacções de grupo estudante/estudante aumentam de forma significativa;
  • Sala de aula torna-se global;
  • Esbate-se a hierarquia professor-aluno
  • (...)

Ensino/Aprendizagem online na educação superior

O ensino/aprendizagem online surge como uma forma de facultar educação/formação quer a nível superior como não superior.
Assim, no intuito de ser melhor compreendida e eficaz, tornou-se objecto de estudo, estudo esse que seguiu em quatro direcções com óbvias e constantes inetrcepções: Papeis e Interacções dos Estudantes; Papeis e Interacções dos Professores; Comunidade e Colaboração Online; Ferramentas que Apoiam o Ensino/Aprendizagem.
Como é que os estudantes participam em aulas online? Muitas pesquisas têm sido desnvolvidas no sentido de esclarecer a questão supra e no sntido de validar modelos teóricos que estudem e meçam a participação dos estudantes:
@ Interacção;
@ Presença social.
Distância transaccional - introduzida em 1980 por Moore como uma medida de envolvimento de estudantes à distância e definida como função do diálogo, da estrutura e, posteriormente, também da autonomia do estudante. Estes três aspectos foram dissecados de foram a definir e compreender os moldes em que se processavam os relacionamentos e as respostas dos estudantes cujas aulas eram à distância. Segundo Moore, a distância transaccional seria mais curta quanto maior fosse o diálogo instrutor/estudantes e maior quanto menor fosse o envolvimento/compromisso do aluno.Em 1994, Saba e Shearer através de um modelo dinâmico – modelo em que a distância transaccional aumentava quando aumentavam os diálogos e diminuía quando a estrutura era maior – concluíram que o conceito em apreço é directamente proporcional ao diálogo e inversamente proporcional à estrutura. Interacção - a distância transaccional e a autonomia dos alunos, segundo Moore (1989), poderiam ser, também, estudadas através de interacções que traduziam o envolvimento dos alunos em aulas à distância. Essas interacções eram de três tipos:

۩ Interacção aluno – conteúdo;

۩ Interacção aluno – instrutor;

۩ Interacção aluno – aluno.

A estas, Hilman e seus colegas, em 1994, acrescentaram um quarto tipo:

۩ Interacção aluno-interface.

A interacção tem sido usada para descortinar os mecanismos de construção de conhecimento dos estudantes em ensino à distância. Modelo de codificação para a interacção online em cinco fases de construção de conhecimento (Gunawardena e colegas, 1998):

@ Partilha/comparação de informação;
@ Percepção da dissonância/inconsistência de ideias, conceitos, afirmações, etc;
@ Co-construção de conhecimento;
@ Teste e modificação ou co-construção de sínteses propostas;
@ Afirmações e aplicação de significados recentemente construídos.

(…)

Presença social - de acordo com Short e al (1976) é “o grau de saliência de outra pessoa numa interacção e a consequente saliência de um relacionamento interpessoal” (p.65). Para eles a proximidade e a intimidade são elementos da presença social. Nela a intimidade é determinada por respostas pessoais como sorrisos e contacto visual, e a proximidade por interacções verbais e não verbais como colocar questões, responder às solicitações ou reagir a observações. A presença social é um factor tanto do meio como dos participantes. Através de investigação do conceito de presença social conclui-se que é provável que esta seja um factor importante para a aprendizagem e satisfação dos estudantes em cursos à distância. No entanto, não é clara a forma como ela provoca impactos na aprendizagem sendo, contudo, possível que existam níveis de presença social que dependam do tamanho ou intencionalidade da turma, da natureza do conteúdo ou de outros factores. A construção da presença cognitiva é uma interessante extensão da construção anterior com aliciantes possibilidades de descoberta da forma como os alunos aprendem em aulas online.

Leia na integra o texto O Velho Mestre, a Educação e a Internet por Luiz Edmundo Machado